Você gosta de ler ou de escrever contos? Saiba que um dos grandes desafios de um contista é ser capaz de, em uma pequena história, despertar emoções e reflexões profundas nos leitores. Para Walldecy de Almeida, autor de O cearense mora ao lado, publicado pela Palavra Bordada, este pode ser considerado um objetivo atingido.
É impossível ficar indiferente às múltiplas facetas humanas apresentadas no livro de estreia do autor. O cenário das suas histórias começa no sertão do Ceará e vai até a capital paulista, refletindo alguns aspectos de sua própria jornada pessoal. E, a cada página, os dilemas humanos vêm à tona.
Um mosaico de sentimentos
Os contos de O cearense mora ao lado apresentam personagens que lidam com situações de egoísmo, violência, crueldade e desesperança. Mas também revelam tramas delicadas, repletas de sensibilidade, otimismo e até de humor. Ou seja: um mosaico de emoções, assim como a vida.
Cada um dos textos escritos por Walldecy provoca um sentimento diferente. Ao final de uma história, é uma boa ideia parar a leitura por alguns minutos, respirar fundo e mergulhar nas reflexões que o livro propõe. Se isso acontecer, o propósito deste trabalho elaborado pelo autor ao longo de mais de vinte anos terá sido alcançado com sucesso.
Do sertão do Ceará a São Paulo
Com uma escrita fluida e compreensível aos mais diversos públicos, o autor nos mostra, por exemplo, já na primeira narrativa, A caçada, o desrespeito pelos sentimentos alheios, a vergonha e a inocência. Em O jumento, ele apresenta a solidariedade e a benevolência que afloram na comunidade diante do desaparecimento de uma criança.
O velório, por sua vez, retrata a questão de como as pessoas tendem a santificar o falecido, o que, aliás, é um sentimento recorrente em nossa sociedade. Pau-de-arara descreve a desconfortável viagem, muito praticada no interior nordestino, na carroceria de um caminhão, bem como as diversas realidades das pessoas que ali são transportadas.
No conto que dá título ao livro, O cearense mora ao lado, Walldecy demonstra, com muita perspicácia, o perfil alegre, festeiro e descontraído pelo qual os nordestinos são conhecidos, e a postura sisuda, retraída e até preconceituosa do homem de uma grande cidade como São Paulo. Por fim, A chacina do 421 é uma história fantasiosa muito bem elaborada, que prende a atenção e, em diversos momentos, se assemelha com alguns fatos da vida real.
Confira a live de lançamento do livro transmitida pelo Facebook.
Sobre o autor
Walldecy de Almeida viveu sua infância no interior do Ceará e, como muitos de sua terra, foi tentar a vida em São Paulo. Mas isso não significou que ele tenha abandonado seu apreço pelas raízes que remetem a Santo Antônio do Carrapateiras, um povoado distante 24 quilômetros da cidade de Tauá (CE). O cearense mora ao lado é o seu primeiro livro solo. Até então, ele havia participado de quatro antologias.
Sua vontade de ser escritor surgiu na infância, logo que começou a aprender a ler. Desde pequeno, pensava: “Como alguém conseguia contar uma passagem do cotidiano apenas com palavras, descrevendo os contratempos e as emoções peculiares e ainda fechar a narrativa com uma surpresa ou, no mínimo, uma ideia muito bem pensada. Daí em diante só pensava em me tornar escritor e contar, à minha maneira, as minhas próprias histórias”.
O autor compartilha outros textos nas suas redes sociais. Veja seu perfil no Instagram e no Facebook.
Autor: Walldecy de Almeida
Editora: Quatorze VinteUm / Palavra Bordada
Número de páginas: 144 páginas
Formato: 14x21 cm
Preço: R$ 44,40 (impresso) e 26,90 (digital)
ISBN impresso: 978-65-89153-07-8
ISBN digital: 978-65-89153-06-1
Ano: 2021 | Edição: 1ª | Capa: Brochura
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