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Foto do escritorCarolina Rocha

O que faz um editor de livros?


Você sabia que todo o livro publicado passou antes por um processo de aprimoramento pela editora? É isso mesmo! Nenhum original escrito pelo autor é publicado na sua forma mais pura. Ele sempre passa pelas mãos de um editor. E você pode se perguntar por quê? Ou para quê? A intenção é refinar o texto para que este chegue ao leitor da forma mais agradável e simples possível. Acaba sendo uma parceria entre autor e editor.


Neste texto, você vai entender o que exatamente um editor de livros faz e perceber a importância do papel dele na publicação de uma obra.


Mulher em frente a um notebook, olhando para a tela, concentrada. Ela está sentada a uma mesa na calçada, em frente a um restaurante ou cafeteria, em um dia ensolarado. Sobre a mesa, um copo de uma bebida refrescante.


Mas, afinal, o que faz um editor?


O editor é a pessoa responsável pelo livro desde que este chega à editora na sua forma original até o momento em que a obra sai da editora para ser vendida em livrarias e distribuidoras.


Ele ou ela, pois existem muitas editoras mulheres, fará uma leitura minuciosa do texto e irá apontar melhorias, modificações, inclusões e/ou exclusões e organização.


A seguir, vamos detalhar as principais ações realizadas pelo editor para qualquer tipo de literatura, seja romance, fantasia, contos, poesias, não-ficção, biografias etc.



Foco na coerência e na consistência da narrativa


A primeira coisa que o editor irá fazer será verificar a coerência da linha de raciocínio, da clareza de ideias e argumentos, da extensão das frases e do uso das palavras.


Na sequência, vai identificar as redundâncias que podem aparecer em palavras, frases, parágrafos ou trechos inteiros. Aqui o editor vai sugerir cortes e/ou substituições de modo que o texto fique claro e fluido, sem perder sua essência.


Uma outra etapa realizada é a de apontar problemas de consistência. Como assim? Textos muito longos podem apresentar esta situação. A função do editor aqui é verificar o correto uso da primeira e terceira pessoa; o uso adequado de um tempo verbal (a narrativa pode se passar no passado e, de repente, aparecem trechos no tempo presente, sem ter sido essa a intenção do autor); a adequação do vocabulário ao conteúdo; o equilíbrio no tamanho das sentenças, dos parágrafos, capítulos etc. e, principalmente, a consistência no estilo da escrita.


Também é função do editor sinalizar vínculos. Em textos longos como romances, fantasias, romances históricos, trilogias, é comum uma grande quantidade de personagens, lugares e cenas que podem ser esquecidos pelo leitor. Neste caso, cabe ao editor sugerir pontos de inserção desses vínculos para que o leitor se localize novamente no texto. Já nos livros de não-ficção, autoajuda, negócios etc., o editor pode fazer um resumo, elencar tópicos ou sugerir referências ao final de cada capítulo.


Diagrama do trabalho de edição de livro, indicando as principais atividades do editor: verifica a coerência, identifica redundâncias, aponta inconsistências e sinaliza vínculos.


Um leitor especializado e atento à estrutura do enredo


Durante a leitura, o editor é capaz de identificar a necessidade de se ampliar o texto como um todo ou trechos específicos. No primeiro caso, poderá indicar ao autor que desenvolva melhor determinado ponto ou ideia, a partir de algumas perguntas, como por exemplo: “Então, o quê?”, “Quem está dizendo isso?”, “Qual o fundamento dessa afirmação?”. Já no segundo caso, poderá redigir um trecho ou solicitar ao autor que faça uma nova redação apresentando o motivo de seu pedido. Em ambos os casos, o objetivo da problematização é sempre para o melhor entendimento do leitor e nunca para incomodar ou implicar com o autor.


Por fim, se o original for muito grande, a editora irá propor a redução ou corte do texto. Para o autor, esta tarefa poderá ser um tanto quanto penosa, visto que muitas vezes ele já não quer mais visitar o texto. Portanto, o editor poderá realizá-la sem prejuízo ao sentido do conteúdo ou à linha de raciocínio do autor.


O editor também irá sugerir a ordem dos textos ou a renomeação de capítulos e títulos se isso for facilitar a leitura e o entendimento para o leitor.


Vale ressaltar que este não é um processo linear. O editor poderá voltar várias vezes ao texto para checagem de cada um desses pontos. O método varia de acordo com o profissional.


Reprodução de tela de computador com um documento de Word. No arquivo, estão indicados os apontamentos de edição.


O que é necessário para ser um profissional de edição/editor?


Ao contrário do que muita gente pensa, a formação em Letras não é obrigatória para um profissional de edição. Hoje, atuam no mercado editorial pessoas com as mais diversas graduações. Em geral, oriundas da área de Comunicação Social e Ciências Humanas, mas há também profissionais de Exatas.


Já existem graduações direcionadas e muitos cursos independentes de formação de editores.

Para ser um bom profissional, o principal é amar a escrita e a leitura, ter um vocabulário amplo, um bom texto, e conhecer bem as regras gramaticais e os acordos ortográficos da Língua Portuguesa. Essencialmente, o editor tem que pensar como leitor.



Para pensar….


Você sabe que muitos livros têm uma parte no final chamada Agradecimentos, não é? Por acaso você já leu essa parte ou costuma ler? Se sim, vai perceber que, na maioria das vezes, os autores fazem grandes agradecimentos a quem editou seu livro, ou seja, ao editor ou editora. Viu? A presença de um editor é essencial na publicação de um livro!


Pilha de livros, mostrando a lombada de três obras: Superlativo Absoluto Poético, de Maria Eduarda Novaes, e Uma Vontade Inadiável de Acabar com Este Mundo, de Daniel Ricci Araújo, publicados pelo Quatorze VinteUm, e Quarentenas: Textos de uma Quarentena Criativa, publicado pela Palavra Bordada.

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